quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A educação ambiental na sociedade atual e sua abordagem no ambiente escolar

A educação ambiental está presente na vida dos seres desde o início de sua existência na Terra, pois, para sua sobrevivência era imprescindível o homem saber relacionar-se com o meio ambiente. De acordo com Donella Meadows (1996) “desde o primeiro o momento em que os seres humanos começaram a interagir com o mundo ao seu redor, e ensinaram seus fi­lhos a fazerem o mesmo, estava havendo educação e educação ambiental”. Após o processo de urbanização e industrialização a percepção de que a educação ambiental se faz presente em nosso dia-a-dia começou a mudar, o mundo começou um modelo de “desenvolvimento insustentável”, pois não importava o destino dos resíduos químicos, sendo estes da indústria ou das residências, todos eram despejados nos rios, nas matas, no meio ambiente em geral. Devido ao êxodo rural, há crescimento populacional nas cidades ocasionando assim aumento na geração de resíduos, os re­cursos naturais renováveis são vistos como inesgotáveis, não há nenhuma preocupação com o meio ambiente. A preocupação com o meio ambiente passou a ter maior importância devido a desastres sócio-ambientais que suscitaram o medo e, com isso, começaram a aparecer concepções para um “desenvolvimento sustentável”. Porém convém salientar que antes houve raros manifestos falando dos possíveis danos que poderiam ser causados pelo uso dos recursos indiscriminada­mente. Um desses manifestos ocorreu em 1854 quando o chefe indígena Seattle enviou uma cor­respondência ao governo norte-americano que tentava comprar as terras indígenas alertando para as conseqüências da urbanização desenfreada e sem planejamento. Algumas catástrofes ambientais ocasionadas pela Segunda Guerra Mundial levaram a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1948, a realizar a Conferência na cidade francesa de Fontainebleau que levou ao surgimento União In­ternacional para a Conservação da Natureza (UICN). Dentre essas catástrofes podemos citar o Smog (termo que combina as palavras inglesas "smoke" e "fog", fumaça e neblina), poluição atmosférica de origem industrial em Londres e a imensa poluição do ar, água e do solo devido à reconstrução dos países pós-guerra. Na atualidade estamos vivenciando inúmeras catástrofes naturais que ocorrem devido à intervenção do homem na natureza. Considerando esse contexto, questionamos como a educação se posiciona perante a esta realidade? Qual será a postura das escolas em relação a essa situação? Será que os professores têm se sentindo preparados para trabalhar com a educação ambiental? Supondo que os professores possam ser formadores de opinião, que estratégias pedagógicas os mesmos vêm usando para conscientizar seus alunos dos estragos que o meio ambiente tem sofrido? Frente a essas discussões, consideramos a importância desse estudo para investigarmos o desenvolvimento da Educação ambiental nas séries iniciais do ensino fundamental na escola... Pensamos que esse estudo é fundamental para analisarmos as eventuais estratégias pedagógicas desenvolvidas pelos professores com relação ao meio ambiente, pois a partir delas possivelmente serão formados pesquisadores ecológicos atentos as questões ambientais atuais. Objetivo Geral Analisar a forma como a Educação Ambiental é abordada no espaço escolar. Objetivos específicos: Verificar qual é a percepção dos professores em relação à Educação Ambiental. Investigar quais são as estratégias pedagógicas usadas pelos professores no desenvolvimento do trabalho com a Educação Ambiental. Conhecer de que modo os alunos reagem às estratégias pedagógicas utilizadas pelos professores no trabalho com a Educação Ambiental. Metodologia A pesquisa a ser realizada terá uma abordagem qualitativa. Serão utilizados questionários, roteiros de observação e entrevistas com os sujeitos envolvidos na pesquisa. Iremos recorrer a entrevistas semi-estruturadas. De acordo com Bogdan e Biklen (p. 135, 1994), este tipo de entrevista oferece ao entrevistador uma amplitude de temas consideráveis, possibilitando que o sujeito molde seu conteúdo. O maior foco de investigação recairá nos professores, embora os alunos e outros educadores da escola (serventes, coordenadores, etc.), possam também ser ouvidos, com o intuito de avaliarmos se, em alguma medida, também contribuem para aprendizagem dos alunos. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’S) o trabalho que o professor realiza na área de Educação Ambiental deve ser desenvolvido a fim de ajudar os alunos a construírem uma consciência global das questões relativas ao meio para que possam assumir posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria (p. 35, 1998). A primeira etapa para coleta de dados exigirá a leitura de textos sobre a Educação Ambiental no âmbito internacional, nacional, estadual e no município de Belo Horizonte. Através de sites confiáveis obteremos informações e analisaremos referências, conceitos, instrumentos legais bem como documentos sobre a evolução da Legislação Ambiental no Brasil. A etapa seguinte implicará na escolha de uma escola da rede pública onde se realizará o estudo de caso. A partir da observação, elaboraremos as entrevistas e questionários. Após a etapa de coleta de dados analisaremos e interpretaremos os dados através da Análise de conteúdo que, segundo Bardin (1977), tem por objetivo uma descrição analítica e sistemática, propiciando uma compreensão qualitativa do conteúdo das informações. REFERENCIAL TEÓRICO A Secretaria do Meio Ambiente (1999) vem tentando construir uma relação estreita entre a educação e a educação ambiental. E através de publicações, estudos, discursos em grupos procura estabelecer quais as principais idéias que a educação ambiental deve transmitir. A educação ambiental vem integrar novos conhecimentos, valores, capacidades que podem levar ao surgimento de uma nova consciência ambiental. Essa consciência integra o homem como parte da natureza e não sendo dono dela. Os Parâmetros Curriculares Nacionais consideram a Educação Ambiental um eixo transversal, pois deve ser trabalhado de modo multi, inter, ou até transdisciplinar, pois o meio ambiente engloba a vida e tudo o que gira em seu entorno. De acordo com SATO (2000, p.13), há urgência em gerenciar os problemas ambientais. Isso “obrigou” que diversas esferas institucionais de Estados brasileiros se preocuparem com o problema. A transversalidade da Educação Ambiental (EA) nestas instituições começou assegurar uma melhor qualidade nas atividades, em função do trabalho coletivo, além de evitar a duplicidade das ações, como eventos e comemorações em ocasiões especiais. No contexto da formação de professores, a parceria ocorre através de diversas interfaces como palestras, cursos participação em eventos, orientação para trabalho de campo, visitações em parques, museus ou horto florestal, além de outras atividades. A EA vai sendo desenhada com contornos regionais firmes, em processo co-formação, que atravessa departamentos, instituições e áreas do conhecimento, oferecendo um verdadeiro trabalho interdisciplinar. Segundo CARVALHO (1998, p.8) a visão do ambiente escolar ainda se estabelece na disciplinarização dos conteúdos, porém a educação ambiental ao ser trabalhada nesta forma ocasiona lacunas que são impossíveis preencher. Então cada dia mais os educadores acreditam no trabalho interdisciplinar para a EA, pois este tipo de trabalho possibilita realizar conexões indispensáveis para compreender a estrutura do meio ambiente.

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